Boletim da Santa Sé
Tradução: Liliane Borges
Caros irmãos e irmãs, bom dia !
Com a Festa do Batismo do Senhor, celebrada no domingo passado,
entramos no tempo litúrgico chamado “comum”. Neste segundo domingo, o
Evangelho nos apresenta a cena do encontro entre Jesus e João Batista
no rio Jordão. Quem conta é testemunha ocular,
João Evangelista, que antes de ser um discípulo de Jesus foi um
discípulo de João Batista, juntamente com o seu irmão Tiago, com Simão e
André, todos da Galileia, todos pescadores. O Batista vê Jesus avançar
por entre a multidão e, inspirado pelo alto, reconhece nele o
mensageiro de Deus, e por isso o indica com estas palavras: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo!” (Jo 1,29)
O verbo que é traduzido como “tirar” significa literalmente
“levantar”, “tomar para si”. Jesus veio ao mundo com uma missão
específica: libertar da escravidão do pecado, carregando os pecados da
humanidade. De que maneira? Amando. Não há outra maneira de vencer o mal
e o pecado, se não for com o amor que leva ao dom da própria vida aos
outros. No testemunho de João Batista, Jesus tem os traços do Servo do
Senhor, que “tomou sobre si os nossos sofrimentos, tomou sobre si as
nossas dores” (Is 53,4), para morrer na cruz. Ele é o verdadeiro
cordeiro pascal, que está imerso no rio do nosso pecado, para nos
purificar.
O Batista vê diante de si um homem que entra na fila com os pecadores
para ser batizado, mesmo não tendo necessidade. Um homem que Deus
enviou ao mundo como um cordeiro imolado. No Novo Testamento, a palavra “cordeiro” é usada várias vezes
e sempre em referência a Jesus. Essa imagem do cordeiro pode
surpreender, de fato, um animal que não se caracteriza pela força e
robustez , carrega sobre seus ombros um peso opressivo. A enorme massa
do mal é removida e levada por uma criatura fraca e frágil, um símbolo
de obediência, docilidade e amor indefeso, que chega ao sacrifício de si
mesmo. O cordeiro não é um dominador, mas é dócil, não é agressivo, mas
pacífico, não mostra as garras ou dentes em face a qualquer ataque, mas
suporta e é submisso. E assim é Jesus! Assim é Jesus, como um cordeiro.
O que significa para a Igreja, para nós, hoje, sermos discípulos de
Jesus, o Cordeiro de Deus? Significa colocar no lugar da malícia a
inocência, no lugar da força o amor, no lugar do orgulho a humildade, no
lugar do prestígio o serviço. É um bom trabalho!
Nós cristãos, devemos fazer isso: colocar no lugar de malícia a
inocência, no lugar da força o amor, no lugar do orgulho a humildade,
no lugar do prestígio o serviço. Ser um discípulo do Cordeiro significa
não viver como uma “cidade cercada”, mas como uma cidade edificada sobre
um monte, aberta, acolhedora, solidária. Isso significa não assumir
uma atitude de fechamento, mas levar o Evangelho a todos, testemunhando
com a nossa vida, que seguir Jesus nos faz mais livres e mais alegres.
Após o Angelus
Caros irmãos e irmãs,
Caros irmãos e irmãs,
Hoje celebramos o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, sobre o
tema “Os migrantes e refugiados: em busca de um mundo melhor”, que
desenvolvi em minha Mensagem enviada há algum tempo. Dirijo uma saudação
especial aos representantes das diferentes comunidades étnicas aqui
reunidos, em particular a comunidade católica de Roma.
Queridos amigos, vocês estão perto do coração da Igreja, porque a Igreja é um povo que caminha em direção ao Reino de Deus, que Jesus Cristo trouxe para o nosso meio. Não percam a esperança de um mundo melhor! Desejo que vocês vivam em paz nos países que os acolhe, mantendo os valores de sua cultura de origem. Eu gostaria de agradecer a todos aqueles que trabalham com os migrantes para os acolher e os acompanhar em seus momentos difíceis, para defender daqueles que o Beato Scalabrini definia de “traficantes de carne humana”, que querem escravizar os migrantes! Em particular, gostaria de agradecer à Congregação dos Missionários de São Carlos, os padres e irmãs scalabrinianos que fazem muito bem para a Igreja e se fazem migrantes com os migrantes.
Queridos amigos, vocês estão perto do coração da Igreja, porque a Igreja é um povo que caminha em direção ao Reino de Deus, que Jesus Cristo trouxe para o nosso meio. Não percam a esperança de um mundo melhor! Desejo que vocês vivam em paz nos países que os acolhe, mantendo os valores de sua cultura de origem. Eu gostaria de agradecer a todos aqueles que trabalham com os migrantes para os acolher e os acompanhar em seus momentos difíceis, para defender daqueles que o Beato Scalabrini definia de “traficantes de carne humana”, que querem escravizar os migrantes! Em particular, gostaria de agradecer à Congregação dos Missionários de São Carlos, os padres e irmãs scalabrinianos que fazem muito bem para a Igreja e se fazem migrantes com os migrantes.
Neste momento pensemos em tantos migrantes, tantos refugiados, em seu
sofrimento, em suas vidas, muitas vezes sem um emprego, sem documentos,
tanta dor. E juntos todos nós podemos fazer uma oração para os
migrantes e refugiados que vivem situações graves e difíceis : Ave
Maria …
Saúdo com afeto todos vós, queridos fiéis provenientes de diferentes
paróquias da Itália e de outros países, bem como associações e vários
grupos. Em particular, saúdo os peregrinos espanhóis de Pontevedra, La
Coruña, Murcia e estudantes de Badajoz. Saúdo aos alunos da Obra de Dom
Orione, a Associação de Leigos Amor Misericordioso e o coral “São
Francisco” de Montelupone.
A todos desejo um bom domingo e um bom almoço. Até breve !
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