domingo, 26 de março de 2017

PARAR PARA VIVER

Desde muito tempo lidamos com tesouros inestimáveis sem perceber, nós não sentimos o quanto são especiais, chegamos a ver, mas não admiramos a beleza, ouvimos e deixamos passar. Nos deparamos com eles muitas vezes mas as preocupações da vida corrida nos impediu de reconhecê-los. 

Um amigo dizia que ao ler um trecho da Sagrada Escritura pensava em quantas pessoas já o tinham lido, quantas vezes, e como aquele mesmo texto atravessou os séculos ajudando pessoas. Uma só palavra, de uma só pessoa, Deus, para a humanidade. Naquele momento este amigo permitiu-se celebrar a Palavra, porque mesmo sem chegar ao entendimento pleno dela, começou a refletir melhor. Não era, afinal, qualquer palavra, era e é, a mesma palavra pela qual muitos deram sua vida, a mesma palavra viva, o mesmo jeito de Deus se comunicar, que junto com tantos outros jeitos, através deles permanece conosco, sofrendo as mesmas dores, gozando as mesmas alegrias. Bem, Deus não está longe, Ele está muitíssimo perto.

 Um antigo documentário levava a pensar o porquê das sociedades antigas terem desenvolvido ciências tão importantes como a matemática, e a astronomia, a princípio todos tinham tempo para olhar para o céu. Na verdade, gastava-se tempo para estar com a natureza, havia curiosidade, queriam descobrir o mundo. E muitos dos grandes educadores deixaram clara a importância de estabelecer contato com a natureza, além de relembrarem que “gente gosta de gente”, entre outras coisas. 

Queremos lembrar que é urgente voltar a viver, isto é, procurar de novo a natureza, respeitar de novo as gentes e especialmente, ler a carta de amor de Deus, como se lê uma carta há muito tempo esperada. Em outras palavras, é aprender a enxergar a vida e a viver, trata-se de parar para conhecê-la. Na verdade é bem mais profundo, significa buscar a paz interior: não é à toa que a Palavra de Deus fala ao nosso coração, deve ser guardada nele, para transformá-lo, sustentá- lo, e a natureza deve nos lembrar o equilíbrio e a perfeição à qual todos são chamados e para qual todos foram feitos, de fato, a natureza é um arauto da perfeição do ser humano.

 Há, portanto, um tesouro, muito especial, Preciosíssimo, e diferente dos demais tesouros, não é raro, na verdade, é absolutamente abundante, muito abundante, frágil, mas, uma fragilidade contraditória porque é em si mesmo uma for- ça avassaladora, imortal por ser obra de Deus, é a vida, que vale a pena ser vivida, mesmo quando é muito, muito sofrida, mesmo porque, no final, ou, no começo, tem a ressurreição, mais um entre tantos presentes que o Senhor proporciona sem cessar.

Por Marcelo Wmaya

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